terça-feira, 28 de outubro de 2014

O reconhecimento no terreiro e a mágoa


Saravá à todos!

         
          Em umas das poucas coisas que passei nessa minha curta vida, que ainda haverei de passar muito mais, presenciei a seguinte situação: No terreiro, no salão onde se processava os ritos, havia uma lâmpada queimada e pela altura ela não pode ser trocada a tempo do rito que estaria para acontecer naquela noite,visto que só naquela tarde foi descoberto que ela estava queimada. E no rito, à noite, o sacerdote em meio da sua palestra inicial "resolveu" fazer um parêntese e pediu que os consulentes não reparassem  na "escuridão" do barracão, que era por causa de UMA lâmpada queimada que os "filhos imprestáveis" dele, não serviram para trocar.

"Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja."
(Augusto dos Anjos, trecho de Versos Íntimos)
           Bem, em uma situação como essa nada temos a dizer, já que eu estava no meio dos "imprestáveis" e não via qual a necessidade daquilo. E sinceramente se eu estivesse no lado contrário, como consulente, não pensaria diferente do modo em que pensei, ora, como que uma pessoa deixa outros "imprestáveis" incorporar e dar uma consulta para ajudar alguém, o próprio é mais irresponsável ainda, já que permite tal coisa.
          Que no terreiro existe a divisão de trabalho todos nós, do meio "macumbístico ", sabemos... uns ficam mais sobrecarregados e outros apenas se acomodam e dizem fazer algo. E é nesse sentido que entra o assunto que quero abordar.
             Passar dias trabalhando desde manhã cedo e indo se deitar depois de todos, altas horas da madrugada para ter de levantar cedo no outro dia, não é novidade para alguns e se torna revolta para muitos, já que esperam o mínimo de reconhecimento do sacerdote, que muitas vezes não acontece.
            Temos que entender  também que o sacerdote não é aquele que apenas manda fazer e pronto, ele tem muito o que fazer e com o que se preocupar. Várias cabeças, vários problemas e que muito dessa decepção para com os filhos é por isso também, porque ele não pode falhar sequer uma vez sendo que muitas vezes nós na posição de discípulos falhamos. Mas ai que entra o mais grave, já que muitos retraem essa mágoa, esse sentimento que aos poucos destrói por dentro e chega a hora que muitas coisas acontecem, sem que o sacerdote perceba e nem que o próprio filho de santo perceba também.
         Cabe à todos nós, filhos e sacerdotes, estarmos atentos em relação a tudo isso. Já que tudo deve ser conversado e saber o que aconteceu ou acontece e não apenas dizer o que não aconteceram na esperança de pegar algo no ar ou ir por algo que alguém disse.


 Humildemente,
                                                                                                   Mestre Arasuman.


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O que realmente basta para suprir nossas necessidades espirituais?

Bom ...
             Saravá à todos !


           Seria mesmo necessário ir a um terreiro, seria necessário ir à uma igreja, templo, mosteiro ou seja lá qual instituição religiosa para se entrar em contato com o que é espirital?
           
"Diz a carta 12 do Baralho Cigano, que os planos difíceis devem ser vencidos pelo otimismo
e que a alegria sempre vence a dificuldade"
             Ora, é possível esperar de um lugar em que a maledicência, os ejós (fofocas) e intrigas dominam, tenha ou te proporcione um bom relacionamento com o espiritual? Temos que criar uma vida paralela ao terreiro, para podermos dizer que estamos envolvidos com as coisas sagradas?
         Estou falando no âmbito umbandista ou candomblecista, porque é o qual eu posso dar um real exemplo próprio, e de pessoas que convivi e/ou convivo.

           Se for pensar que para se praticar a religião, nós temos que abdicar de nossos afazeres "mundanos", para "criar essa vida paralela" e deixar de se divertir, sair com os amigos, provas e etc, não viveremos para nós mesmos e sim para religião e viver para nós mesmos não significa não se dedicar a religião e ao espiritual.

                Não poderíamos ter o nosso pequeno santuário em casa? Para pedirmos para nossos mentores, orixás e divindades e mesmo que pequeno e humilde, onde as verdadeiras coisas espirituais se manifestam, e por nossa pequenez de conhecimento, teríamos um lugar onde buscar esclarecimento e amparo sem ter de relacionar com as peçonhas alheias de pessoas que usam de uma posição superior, e até mesmo por conhecimento sobre o espiritual, para manipular e fazer com que façamos das palavras deles as nossas e por um momento, quando se livra do véu que lhe cobre os olhos, ver tudo o que era "verdade" se destruir em mentiras que foram usadas para impor uma vontade ou encobrir um fato vergonhoso que comprometeria tal posição de destaque. Entenda, não estou instigando ninguém a se desligar de nenhum lugar por qualquer insatisfação que seja e colocar a cara e se meter com coisas que não são de sua alcunha. Não subestime a orientação de um verdadeiro mestre iniciado que já viveu e sabe muito mais que você para lhe orientar da maneira mais corretas de acordo com as diretrizes do astral superior sob as quais ele está sujeito. Pois mesmo esse está propenso a cair nas garras e armadilhas do baixo mundo, mas mesmo assim terá os avisos e orientações dos amigos do astral superior pois quem quer estar no caminho correto e justo terá com quem se orientar e esclarecer.

             Somos falhos em nossas atitudes, mas não temos que deixar que nossas falhas comprometam o coletivo. Temos que nos espelhar nas divindades que cultuamos, presando o amor, a caridade, a benevolência e o carinho para com todos. Fuja daqueles que se aproveitam da sua boa vontade, inocência e boa fé, já que esses "vivem do santo" das salvas, mensalidades e trabalhinhos aqui e acolá. Sinta-se útil no lugar que se acolhe, mas não descartável, pois quando começares a pensar e ver que as coisas não são bem assim ou não estão como deveriam verás que sempre terá alguém para lhe substituir quando convir, já que farão questão de te provar que és insubstituível ali para gozarem do rico dinheirinho que ali investe. 

              Aos que leem esse texto, venho me expressar de forma humilde, não pretendo atingir ninguém, se assim pensarem, e sim quero falar de coisas que vivi, ainda vivo, e muitos dos irmãos que lerem irão se identificar com o que vos digo, sejam irmãos da umbanda, do candomblé, do budismo, da igreja. E creio que cabe a si, dizer oque realmente suprirá suas "necessidades" espiritais, já que como ninguém é dono de ninguém apesar de alguns assim pensarem.

  Humildemente,
                                             Mestre  Arasuman .

             

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ajé Saluga ( Senhora das Riquezas )

Saravá profundo a todos!

Venho falar sobre um grande Orixá Funfun quase que desconhecido no Brasil. A grande senhora das riquezas AJÉ SALUGA.

          Ajé Saluga é uma das 200 Igbamolés(Senhoras da Cabaça), é a mãe de Oxum e também irmã de Yemanjá.
Igbá Ajé Saluga
          Fala um dos mitos de Ifá que Ajé Saluga era muito feia e ninguém a queria por perto e por isso foi mandada embora de casa,em todo lugar que pedia ajuda ninguém a ajudava,quando passou pela casa de Orunmilá foi pedir abrigo a ele e que por sua vez disse que poderia ficar apesar dele estar passando por uma situação financeira muito difícil. De noite Ajé Saluga foi acordar Orunmilá pois ela queria vomitar,Orunmilá a ofereceu uma cabaça para que vomitasse mas ela recusou,depois ele lhe ofereceu uma bacia de louça que ela também recusou e disse a ele que do lugar de onde vinha era costume que se vomitasse no quarto. Orunmilá achou aquilo estranho mas a levou para vomitar, e quando ela começou a vomitar sairam de sua boca pérolas e outras jóias.Quando viram o que Ajé Saluga podia fazer todos a quiseram por perto e começaram a cultua-la com a Orixá das Riquezas.
         Ajé Saluga é um orixá pouco conhecido, em seu assentamentos vão conchas,estrelas-do-mar,cavalos marinhos,corais e algumas jóias naturais tais como as pérolas.

Humildemente,
                                                                
                                                                            Mestre Arasuman